Neste 7 de setembro, enquanto as celebrações oficiais da Independência acontecem em diversas partes do Brasil, movimentos sindicais e sociais se reuniram na capital goiana na celebração de outra tradição: o Grito dos Excluídos, uma das mais importantes manifestações populares do país, que chegou em 2025 à sua 31ª edição.
Participante e apoiadora do Grito, a deputada estadual Bia de Lima (PT), que também preside o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), ressaltou que as pessoas presentes no eventos são as que lutam, verdadeiramente, pela soberania nacional.
“Aqui estão os que lutam de verdade por um país mais inclusivo, com mais oportunidades, por menos desigualdades. Nós somos os patriotas de verdade, não queremos vender o Brasil para os Estados Unidos, queremos mais empregos, mais justiça”, reforçou a parlamentar.
O evento reuniu movimentos sociais, sindicatos, pastorais, coletivos ambientais, organizações estudantis e populares, e neste ano teve como lema: “Cuidar da Casa Comum e da Democracia é luta de todo dia” — frase que sintetiza o espírito de mobilização em tempos de desafios sociais, ambientais e institucionais.
Mais do que uma manifestação, o Grito dos Excluídos é um espaço de expressão política, cultural e pedagógica. Entre os temas abordados no evento estavam:
– Redução da jornada de trabalho sem redução de salários
– Fim da escala 6×1
– Taxação das grandes fortunas
Estas propostas integram a pauta do movimento como formas de combater a desigualdade e garantir melhores condições de vida para a classe trabalhadora.
O Grito dos Excluídos acontece em dezenas de cidades brasileiras, com uma programação que vai além das manifestações de rua.
O que é o Grito dos Excluídos?
Criado em 1995, o Grito dos Excluídos nasceu como uma iniciativa da CNBB, em parceria com movimentos sociais e organizações populares. Seu objetivo sempre foi dar visibilidade às lutas das pessoas marginalizadas, colocando no centro do debate temas negligenciados pelo poder público.
Realizado tradicionalmente na semana da Independência, o Grito propõe uma leitura crítica do Brasil — em contraponto ao discurso oficial do 7 de setembro — destacando que a verdadeira independência só será possível com justiça social, soberania popular e cuidado com o meio ambiente.
Ao longo dos anos, o Grito tornou-se um espaço plural, aberto a diversas causas e lutas, ampliando sua agenda para questões como:
– Defesa dos direitos humanos;
– Combate à fome e à miséria;
– Preservação ambiental e combate às mudanças climáticas;
– Enfrentamento ao racismo, machismo e outras formas de opressão;
– Fortalecimento da democracia e da participação popular;
– Importância do movimento.
Diante de crises recorrentes — econômicas, políticas, sociais e ambientais —, o Grito dos Excluídos se firma como um espaço essencial de resistência e construção coletiva. Em 2025, seu lema destaca a urgência de cuidar tanto da “Casa Comum” (o planeta Terra) quanto da democracia, ambas em risco diante de políticas excludentes, retrocessos institucionais e desequilíbrios climáticos.